Justiça põe sigilo no caso do gari Laudenir e aumenta prazo para defesa de assassino confesso
02/10/2025
(Foto: Reprodução) Justiça determina sigilo do processo que investiga a morte do gari Laudemir
A Justiça determinou o sigilo do caso do gari Laudemir Fernandes, morto a tiros numa rua de Belo Horizonte enquanto trabalhava em 11 de agosto (relembre o caso). Também foi dado mais prazo para que a defesa do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior apresente sua defesa.
Renê, assassino confesso, foi denunciado pelo Ministério Público no último dia 11 pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, por ter sido cometido por motivo fútil, em via pública e com uso de arma ilegal, além de praticado após uma ameaça. Agora, cabe à Justiça decidir se aceita a denúncia para que o acusado se torne réu e seja julgado.
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Na tarde de quarta-feira, Renê deixou o Presídio de Caeté, na Grande BH, para fazer um exame grafotécnico, que analisa autenticidade e autoria de assinaturas e escritas em documentos. A Polícia Civil informou que o exame não tem relação com o inquérito da morte de Laudemir. O assassino do gari retornou para a prisão após o exame.
Renê da Silva Nogueira Júnior, preso por morte de gari em Belo Horizonte, é levado de presídio em Caeté para fazer exame nesta quarta-feira (1)
Jussara Ramos/TV Globo
Defesa alegou dificuldade para acessar provas
O pedido de mais prazo foi feito pela defesa de Renê, que alegou estar tendo dificuldade para acessar provas armazenadas em um HD. A Justiça concedeu dez dias para os advogados se manifestarem.
Além disso, a defesa pediu acesso ao inquérito que investiga a delegada Ana Paula Lamego, esposa de Renê, mas o pedido foi negado. A justificativa do Judiciário foi que há necessidade de se fazer outro pedido por tratar-se de um outro processo.
A arma usada no crime pertencia à delegada, que foi indiciada pela polícia por porte ilegal de arma de fogo, por ter "cedido" ou "emprestado" seu equipamento ao marido. Ela também foi indiciada por prevaricação, quando um servidor se omite ou deixa de praticar ato de ofício por motivo pessoal.
O empresário confessou o crime uma semana após a morte do gari Laudemir, durante depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
O empressário Renê da Silva Nogueira Júnior, casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, foi preso suspeito de atirar e matar o gari Laudemir de Souza Fernandes
Reprodução
Como foi o crime
Após se irritar no trânsito devido à presença do caminhão de lixo na rua, Renê da Silva Nogueira Júnior atirou no gari Laudemir de Souza Fernandes, que trabalhava na coleta em Belo Horizonte, e ameaçou a motorista do caminhão de limpeza urbana.
Ao ser abordado na academia por policiais, o suspeito negou que tenha cometido o crime. No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, no entanto, consta a informação de que ele afirmou que a arma é de sua mulher.
"Relatou que a arma de fogo utilizada no crime estaria em nome de sua esposa", diz boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil às 17h40 de 11 de agosto. Em entrevista coletiva, a polícia disse investigar que arma foi usada para matar o gari.
O exame de balística confirmou que a arma usada no assassinato do trabalhador era da delegada. O laudo foi produzido pela perícia da Polícia Civil de Minas Gerais. A arma é de uso pessoal dela.
Infográfico mostra principais pontos do assassinato do gari Laudemir Fernandes pelo empresário Renê Júnior, que confessou o crime
Arte/g1
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