Acusado de matar gari diz que estava armado por ter sofrido ameaça, foi coagido a confessar e não sabe se casamento continua

  • 26/11/2025
(Foto: Reprodução)
Preso por morte do gari Laudemir diz à Justiça que estava armado no dia do crime por ter sofrido ameaça de ex-sócia Foi retomada nesta quarta-feira (26) a audiência de instrução do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, réu pela morte do gari Laudemir Fernandes após uma discussão no trânsito em Belo Horizonte. Durante a manhã, testemunhas indicadas pela defesa e o próprio acusado foram ouvidos. Renê, que está preso na Grande BH e participou da audiência por videoconferência, não respondeu perguntas. Ele contou um pouco de sua história e disse que, no dia do crime, estava armado porque havia sofrido ameaça de uma antiga sócia que tem relação com o jogo do bicho. "Ela falou que tinha relacionamento com o jogo do bicho, recebia malas e malas de dinheiro, e se eu tentasse levar algo para frente ela iria tentar alguma coisa contra mim", afirmou. O armamento era da esposa dele, a delegada Ana Paula Balbino Lamego. Renê falou que pegou a arma escondido da mulher. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Minas no WhatsApp O empresário também disse que, no dia da morte do gari, ficou cerca de 30 minutos parado no trânsito para sair do bairro onde mora e que "nem por isso" fez algo contra alguém. Além disso, afirmou que jamais atiraria em uma pessoa por esse motivo. "Eu não ia em momento nenhum brigar com uma pessoa por causa de segundos parado atrás de um caminhão, jamais. Só na minha rua naquele dia [do crime] eu fiquei meia hora". O réu afirmou, ainda, que só confessou o crime porque foi coagido por um policial, que teria dito que a carreira da esposa dele "acabaria" se ele não fizesse a confissão. "Em momento nenhum do meu depoimento tem nada falando que eu atirei em ninguém", falou. O réu ainda disse que está sendo perseguido e que não sabe se o seu casamento com a delegada Ana Paula Balbino Lamego resistiu ao ocorrido, porque perdeu o contato com ela. Antes do empresário, três policiais e uma pessoa ligada à empresa onde ele trabalhava prestaram depoimento. Uma quinta testemunha foi dispensada, e a sexta, um perito da Polícia Civil, responderá as perguntas por escrito. Esta é uma fase processual de apuração de provas, depoimentos e interrogatórios. Ao fim do processo, a Justiça decide se o caso vai a júri popular (leia mais abaixo). Procurada pelo g1, a defesa de Renê disse que só vai se manifestar após a conclusão das audiências. Primeiro dia de audiência A primeira audiência de instrução do empresário Renê da Silva Nogueira foi realizada na terça-feira (25). Das oito testemunhas previstas, quatro eram colegas do gari morto e presenciaram o crime — entre eles, a motorista do caminhão, Eledias Aparecida Rodrigues, que também foi ameaçada pelo réu. "O que ele fez com a gente ali foi uma discriminação. Ele exerceu todo o poder socioeconômico dele, discriminando até a nossa profissão. Ele pensou que poderia agir daquela forma que ele iria sair ileso", disse Eledias. O gari Tiago Rodrigues Vieira também foi ouvido. "[Estou] esperando que a Justiça bata o martelo. [Que o acusado possa] refletir o que ele fez com o trabalhador que não fez nada com ele e perdeu a vida", falou. As demais quatro testemunhas eram agentes da Polícia Civil e um policial militar que atuou na ocorrência. O advogado da família de Laudemir Fernandes, Tiago Lenoir, afirmou que há expectativa pela condenação de Renê da Silva Nogueira. "Todas as testemunhas presenciais desse crime foram perguntadas: 'O que tinha nas mãos do Laudemir?'. Um saco de lixo. Poxa, ele estava com um saco de lixo na mão, e esse indivíduo aponta a arma para ele, dá um disparo e ele morre no local". Processo Na ação, a Justiça negou o pedido para que Liliane França da Silva, apontada como companheira e viúva do gari, atuasse como assistente de acusação. A juíza Ana Carolina Rauen indeferiu a solicitação por falta de documentos que comprovassem a união estável do casal. A defesa de Renê juntou ao processo uma série de diplomas e certificados acadêmicos. Segundo os advogados, a intenção é contestar informações divulgadas na imprensa sobre a formação do empresário. Entre os documentos apresentados estão certificados da Universidade Estácio de Sá, USP, Fundação Dom Cabral, Harvard Business Review Brasil e Ambev. Renê Nogueira Júnior é indiciado pelo assassinato do gari Laudemir Fernandes, em Belo Horizonte Reprodução/TV Globo Relembre o caso Após se irritar no trânsito devido a um caminhão de lixo na rua, Renê da Silva Nogueira Júnior atirou no gari Laudemir de Souza Fernandes, que trabalhava na coleta em Belo Horizonte, em 11 de agosto deste ano. Ele também ameaçou a motorista do veículo. O empresário confessou o crime uma semana após a morte da vítima, durante depoimento no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). O exame de balística confirmou que a arma usada no assassinato do trabalhador era da esposa de Renê, a delegada Ana Paula Lamego Balbino. O laudo foi produzido pela perícia da Polícia Civil de Minas Gerais. Infográfico mostra principais pontos do assassinato do gari Laudemir Fernandes pelo empresário Renê Júnior, que confessou o crime Arte/g1 Vídeos mais assistidos do g1 Minas:

FONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/11/26/empresario-acusado-de-matar-gari-diz-a-justica-que-estava-armado-no-dia-do-crime-por-ter-sofrido-ameaca-de-ex-socio.ghtml


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