Governo de MG exonera três servidores investigados em esquema de mineração ilegal
17/09/2025
(Foto: Reprodução) O governo de Minas Gerais exonerou, nesta quarta-feira (17), três servidores apontados como envolvidos no esquema de corrupção e favorecimento a mineradoras investigado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Rejeito. Outro servidor preso na operação já havia deixado o cargo no último sábado (entenda mais abaixo).
Foram afastados dos cargos nesta quarta-feira, após a operação:
Arthur Ferreira Rezende Delfim, diretor da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), preso na operação;
Fernando Baliani da Silva, diretor de Gestão Regional da Feam, alvo de mandados de busca e apreensão;
Breno Esteves Lasmar, diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), alvo de busca e apreensão.
As decisões foram publicadas em edição extra do Diário Oficial nesta quarta. Além das exonerações, o governo também revogou uma gratificação que Baliani recebia. Todos ocupavam cargos comissionados e tinham salários que variavam entre R$ 9 mil e R$ 13 mil.
Em nota, o governo de Minas afirmou que "não compactua com desvios de conduta de servidores" e que está tomando todas as medidas administrativas cabíveis, incluindo a exoneração e afastamento dos envolvidos.
Informou, ainda, que ilícitos que possam ter influenciado decisões do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) poderão ser revistos.
A atual gestão declarou que segue colaborando com as autoridades para "garantir a apuração idônea dos fatos e a punição exemplar dos responsáveis".
Arthur Ferreira Rezende Delfim, diretor da Feam, preso na operação desta quarta.
Willian Dias/ALMG
Servidor deixou governo de MG quatro dias antes de ser preso em operação contra mineração
Saída após 'fofoca'
O caso ocorre poucos dias após a saída de Rodrigo Gonçalves Franco, ex-presidente da Feam. Ele deixou o cargo no último sábado (13), quatro dias antes de ser preso pela Polícia Federal na mesma operação.
De acordo com o governo, ele foi exonerado antecipadamente após "fofocas e burburinhos" a respeito de possíveis irregularidades.
Segundo as investigações, Franco teria recebido propina para liberar licenças ambientais irregulares em favor de mineradoras investigadas.
Operação Rejeito
A Operação Rejeito investiga um esquema de concessão fraudulenta de licenças ambientais e favorecimento a empresas mineradoras mediante pagamento de propina.
De acordo com a decisão da Justiça Federal, a organização criminosa atua em Minas desde pelo menos 2020 e envolvia servidores da Feam, IEF, Semad e outros órgãos ambientais.
Na terça-feira (16), Delfim chegou a representar o governo mineiro em uma audiência pública sobre mudanças no licenciamento ambiental para o setor agropecuário. Um dia depois, ele foi preso pela Polícia Federal.
Infográfico - Operação Rejeito, da Polícia Federal, revelou esquema de mineração ilegal em MG.
Arte/g1
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