Greve de professores municipais de BH termina depois de 29 dias
04/07/2025
(Foto: Reprodução) Categoria estava em greve desde 6 de junho para reivindicar aumento salarial e melhores condições de trabalho. Acordo entre partes aconteceu após audiência proposta pelo TJMG. Professores municipais de BH encerram greve após 29 dias
A greve dos professores municipais de Belo Horizonte terminou nesta sexta-feira (4) após 29 dias. Os docentes decidiram pelo fim da paralisação em uma assembleia na Praça da Estação.
A categoria aceitou a proposta da Prefeitura de Belo Horizonte de reajuste salarial de 2,49% para este ano — o mesmo aplicado a outras categorias do funcionalismo municipal.
Será pago também o acréscimo de 2,4%, a partir de fevereiro do ano que vem. O índice é referente às perdas inflacionárias acumuladas entre 2017 e 2022, durante o governo de Alexandre Kalil.
Foi acordado ainda o aumento do auxílio alimentação para R$60, a concessão de ajuda alimentação para trabalhadores com jornada inferior a oito horas, nomeação de 376 professores dos anos iniciais, criação de mais 1 nível de promoção por escolaridade adicional.
A proposta aprovada pelos professores foi apresentada pelo Executivo durante uma audiência de conciliação com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede/BH), que representa a categoria, realizada nesta sexta-feira na sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
A prefeitura informou, por meio de nota, que protocolou no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) uma minuta do termo de acordo entre o município e o sindicato.
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Desde o início da greve, a categoria exigia reajuste salarial de 6,27%, enquanto a prefeitura mantinha a proposta de 2,49%.
Embora o sindicato tenha requerido reajuste retroativo a janeiro de 2025, o Executivo negou. Segundo o tribunal, a prefeitura alegou durante a audiência que a limitação orçamentária não permitiria.
Reposição de salários cortados
A nova proposta também inclui a reposição dos valores descontados dos servidores que tiveram o ponto cortado durante a greve.
Segundo a prefeitura, a Secretaria Municipal de Educação (SMED) deverá elaborar, junto com a categoria, um cronograma de reposição das aulas perdidas, com início em julho, respeitando pelo menos 9 dias de descanso.
Na segunda-feira (30), os professores que aderiram à greve receberam os contracheques com desconto nos salários.
O prefeito da capital, Álvaro Damião (União Brasil), anunciou em coletiva na última sexta-feira (27), que cortaria o ponto dos grevistas. “Não existe a possibilidade de pagar uma pessoa que não foi trabalhar”, disse ele.
Professores municipais de BH fazem assembleia na tarde desta sexta-feira (4) na Praça da Estação para decidir se continuam em greve
Dandara Mendes/TV Globo
Prefeitura acionou Justiça
Na última semana, Damião acionou a Justiça com o objetivo de interromper a greve da rede municipal, mas o pedido de liminar foi negado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
Em sua decisão, o desembargador Leopoldo Mameluque determinou que fossem feitas audiências de conciliação entre a prefeitura e o Sind-Rede/BH, sindicato que lidera a greve. Após três encontros, a proposta apresentada pela prefeitura foi aceita pela categoria, durante a assembleia desta sexta-feira (4).
Prefeito prometeu merenda
O prefeito Álvaro Damião chegou a anunciar que as escolas seriam reabertas, mesmo sem os professores, para distribuição de merenda para os estudantes das escolas paralisadas. A promessa não foi comprida e as escolas permaneceram fechadas durante a greve.
Salário de professores chegou a ser cortado, como mostra o vídeo abaixo:
Prefeitura de BH corta ponto de professores em greve
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