Mortes de chimpanzé e leoa após anestesia no Zoológico de BH são investigadas; comissão tem prazo de 30 dias
Mortes de chimpanzé e leoa após anestesia no Zoológico de BH são investigadas
Prefeitura de Belo Horizonte/Divulgação
A prefeitura já começou a investigar as causas das mortes da leoa Pretória e da chimpanzé Kelly no Zoológico de Belo Horizonte. Os dois animais vieram do Beto Carrero World e morreram nesta semana após passarem por procedimentos de anestesia.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (13), a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) informou que abriu um processo interno para apurar os casos. Além disso, a autarquia disse que uma portaria para instituir uma comissão de sindicância integrada por servidores será publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de sexta (14).
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O grupo será responsável pela análise de documentos técnicos e procedimentos realizados, a fim de verificar se houve eventuais falhas nas condutas adotadas. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 30 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período, caso necessário.
Ainda conforme o Executivo Municipal, foi realizado contato com a Fundação Ezequiel Dias (Funed) para verificar a possibilidade de recolhimento do lote de anestésicos utilizados nos animais. O objetivo é identificar possíveis alterações, contaminações ou outras irregularidades que possam ter contribuído para os óbitos.
"A medida se justifica pelo fato de ambos os animais terem sido submetidos a intervenções que exigiram o uso desses anestésicos", disse a FPMZB.
Na quarta (12), o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) falou sobre o caso em coletiva de imprensa. Na ocasião, ele disse que as mortes seriam apuradas.
"A gente quer saber o que está acontecendo. Então, nós vamos procurar todos os canais que temos dentro do zoológico para saber o porquê da morte desses animais, mas lembrando que animais de grande porte como esses chamam muito mais atenção. Quando você perde um leão, um chimpanzé, um elefante, uma girafa, a comoção é muito maior", afirmou Damião.
Mortes após anestesia
A chimpanzé Kelly, de 27 anos, morreu no Zoológico de Belo Horizonte, um dia após a morte da leoa Pretória. Assim como a felina, a primata não resistiu a um procedimento de anestesia.
Segundo o prefeito Álvaro Damião, a chimpanzé chegou ao zoo em outubro já doente, com um problema no útero.
"Foi feito tratamento durante um tempo aqui em Belo Horizonte, e ela ia fazer uns exames fora do zoológico. Para fazer esses exames, tinha que passar por uma anestesia, e ela não suportou a anestesia e acabou falecendo", disse.
Já a leoa sofreu uma parada cardiorrespiratória durante o procedimento, necessário para um tratamento de canal. Ela tinha chegado a Belo Horizonte no dia 15 de outubro junto com Mafu, um leão-branco macho.
A fêmea do leão-africano apresentava uma fratura coronal nos dentes caninos inferiores — ocorrida no zoológico de origem, de acordo com a prefeitura — com possível necrose da polpa dentária.
Álvaro Damião destacou que Mafu passou por um procedimento semelhante na segunda-feira (10) e está bem.
"Um dia antes, o leão branco que veio com ela fez uma cirurgia semelhante. Ele passou bem pela cirurgia e está bem. A Pretória não suportou", falou Álvaro Damião.
Zoo perdeu 35 animais em 2025
Conforme o prefeito, 35 animais morreram no Zoológico de Belo Horizonte em 2025. A média anual, nos últimos cinco anos, era de 48.
Damião convocou vereadores dedicados à causa animal para discutir e acompanhar o assunto.
"A nossa principal preocupação é dar qualidade de vida para os animais que habitam nosso zoológico. Entretenimento e lazer são consequência".
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Lívia AnsaloniFONTE: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/11/13/mortes-de-chimpanze-e-leoa-apos-anestesia-no-zoologico-de-bh-sao-investigadas-comissao-tem-prazo-de-30-dias.ghtml