Saiba como denunciar crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes em Divinópolis
15/08/2025
(Foto: Reprodução) Crimes contra dignidade sexual de crianças e adolescentes devem ser denunciados
Reprodução/TV Gazeta
A discussão sobre a adultização de crianças e adolescentes — quando meninos e meninas são expostos a comportamentos, roupas, linguagem e situações que não condizem com sua idade — voltou ao centro do debate nos últimos dias.
O tema ganhou repercussão após um vídeo do youtuber Felca viralizar na internet, onde ele critica forma como meninas têm sido representadas nas redes e questiona a falta de limites e a responsabilidade dos adultos.
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Em meio à repercussão nacional, o g1 procurou a Polícia Civil de Divinópolis para reforçar a importância de denunciar crimes sexuais ou de exposição indevida envolvendo crianças e adolescentes.
A delegada Francielly Sifuentes, responsável pelas investigações envolvendo menores na cidade, afirma que a denúncia é o primeiro passo para coibir abusos e responsabilizar os autores.
“A importância da denúncia está no fato de que é a partir dela que se inicia as investigações e coleta dos indícios de prova da autoria do crime”, explicou a delegada.
Ela lembra que qualquer pessoa pode denunciar, mesmo que não seja parente da vítima. Nos casos em que pais, avós ou tutores saibam do crime e não acionem a polícia, eles podem responder criminalmente pela omissão.
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Como denunciar em Divinópolis
As denúncias podem ser feitas de forma anônima e não exigem provas imediatas, apenas informações básicas que ajudem na investigação. Confira os canais disponíveis:
Disque 100 – Canal nacional de denúncias de violações de direitos humanos, com foco especial em crianças e adolescentes. Funciona 24 horas por dia.
Disque 181 (Disque Denúncia) – Também anônimo, este canal é gerenciado pela Secretaria de Segurança Pública.
Disque 190 – Para situações de emergência ou flagrante.
Sede da Delegacia da Polícia Civil de Divinópolis – Rua Goiás, nº 1985, Centro.
Bases da Polícia Militar – Espalhadas por diversos bairros da cidade.
“As informações básicas que auxiliam na apuração são os nomes, endereços e telefones dos envolvidos. Mas mesmo que a pessoa não tenha todos os dados, ela deve denunciar”, destacou Francielly.
Infográfico - Entenda o debate sobre 'adultização' que viralizou nas redes envolvendo Felca e Hytalo.
Arte/g1
Adultização é exposição e risco
O promotor da Vara da Infância e Juventude de Divinópolis, Casé Fortes, que há mais de duas décadas lidera o movimento nacional “Todos Contra a Pedofilia", ressaltou que a adultização infantil não é apenas uma questão estética.
Segundo ele, a exposição de crianças em contextos impróprios pode atrair agressores, facilitar situações de abuso e causar danos psicológicos profundos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) considera crime expor menores a situações vexatórias, constrangedoras ou sexualizadas. Responsáveis que publicam fotos ou vídeos com esse teor também podem ser investigados.
De acordo com o ECA, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com prioridade absoluta, o direito à dignidade, ao respeito e à liberdade.
“Quando a criança é exposta a conteúdo ou situações inapropriadas, seja presencialmente ou pela internet, os responsáveis podem responder por negligência, abuso ou exploração sexual, entre outros crimes”, afirmou o promotor.
Onde buscar ajuda
Além da polícia, há redes de apoio que podem ser acionadas em Divinópolis:
Conselho Tutelar – ela pelos direitos das crianças e adolescentes.
Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) – Oferece apoio psicossocial a famílias e vítimas de violência.
Centro de Referência de Assistência Social (Cras) – Presta orientação e faz encaminhamentos sociais.
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